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Foto do escritorAlessandra Girotto

Motivações internas – e o caminho de conexão comigo mesma


Quando decido me conectar comigo mesma e fazer uma jornada de autoconhecimento sempre levo algo “estranho” na bagagem  – e é muito bom se, antes de dar “O” passo, eu consiga olhar alguns destes itens com mais cuidado.

“Tá, e como faço isso?!”

Podemos começar observando 3 coisas: quais são as motivações, boas e ruins, que me fizeram dar esse passo? Quais as minhas expectativas quanto ao processo? E como imagino que será quando “chegar lá”? (ou: o que espero que aconteça comigo?) Quero conversar com vocês sobre esses 3 pontos…

Vamos lá: o que (você acha que) está te motivando a isso? O que “vem” da falta de conexão com você mesma, do desconhecimento sobre si?

OU: o que você ganha fazendo esse caminho? – pode ser que não tenha uma dor latente, pulsante. Não esteja passando por nenhuma crise… Mas quer “mais”. Quer crescer, expandir, descobrir novas possibilidades de ser e de viver. Essa é uma possibilidade de motivação também.

Responder perguntas como essas são importantes passos do processo. Isso nos ajuda a saber se a motivação é interna ou externa, se é de “dentro pra fora” ou “de fora pra dentro”. Quando a motivação vem de fora, é sinal que o que busco não é bem aquilo que estou achando que estou buscando – e seria bom dar uma olhada melhor nisso. Essa “olhada” pode ser durante o próprio processo de autoconhecimento, pois uma coisa não exclui a outra. Mas ter essa consciência ajuda a dar um norte e a diminuir e atravessar frustrações futuras, que com certeza chegarão.

“E o que seria uma motivação vinda de fora?”

Um exemplo pode ser: todas as minhas amigas estão fazendo isso, então eu vou fazer também (porque não quero me sentir diferente delas). Ou “li num livro” e “vi num canal do youtube” uma pessoa falando que faz isso e parece bom – vou experimentar (e por dentro: pois quero ser igual a ela e receber a mesma admiração que – acho que – ela recebe).

As frases que coloquei entre parênteses nesse último parágrafo são exemplos das motivações reais que estariam por trás do movimento aparente de autoconhecimento e autocuidado. Externamente, o movimento é bom. Internamente, não há vontade real de se conhecer, de se conectar consigo mesma, de deixar emergir seja lá o que existe dentro de si. Isso torna o caminho mais penoso e, com certeza, mais frustrante e desafiador do que precisa ser.

E é por isso que conhecer o melhor possível nossos “porquês” é importante.

AH! E isso não significa que só posso trilhar um caminho de autoconhecimento se tiver apenas motivações “internas”. Isso não é verdade e nem lógico – excluiria do processo muitas e muitas pessoas que chegam a ele e recebem muito disso através de motivações externas. O ponto é que conhecer torna tudo mais fluído e com menos sofrimento.

Com relação às minhas expectativas quanto ao processo: qual o motivo pelo qual é bom pra mim saber quais são?

Pra que eu possa tomar as “rédeas” do processo na minha mão, reunir as forças que serão necessárias para a jornada, dar os passos e fazer as mudanças que precisarão ser feitas.

Se eu entro num processo de autoconhecimento achando que o outro fará por mim, me dará fórmulas prontas e mastigadas, não farei meu caminho – quando muito, farei o caminho “do outro”. E esse é o ponto: o caminho é e sempre será meu, não existe outra forma. O outro (seja terapeuta, amigo, guru ou autor “best seller”) pode compartilhar ferramentas e apoiar no processo – o que não é pouco. Mas nunca poderá caminhar por mim.

“Tá, e o que mais as expectativas trazem?”

Quando começo uma jornada como essa já com “um objetivo final” a ser alcançado (no sentido de “como tudo deve estar” ou “como eu devo passar a me portar/agir e/ou sentir”, de forma rígida e pré-determinada) eu começo a caminhar sem abrir espaço para o novo emergir, sem espaço para deixar brotar o que é meu.

Eu vou para a trilha já levando a forma do que eu quero que seja (e só vou ser feliz e aceitar a vida se ela me entregar exatamente isso no final). Aqui há obstinação, há rebeldia, há rigidez. Eu posso ir para um caminho de autoconhecimento levando na bagagem leituras, conhecimentos já adquiridos, mas isso não pode ser maior que minha experiência no processo. Quando olho para meu ciclo menstrual, para meu corpo, e ignoro que ele é fruto da minha história, da somatória da história da família e da cultura de onde vim, do momento que estou vivendo, eu me ignoro profundamente no processo.

Pra esse caminho ser rico e o mais real possível, preciso estar aberta para me ver e me conhecer como eu sou diante de cada etapa. Qual a minha relação com os ritmos e ciclos da vida, como eu lido com momentos de expansão, de recolhimento e de descanso. Como eu lido com o mistério e com o objetivo. Com o dar e o receber?

E é por isso que aprender o caminho, aprender a se olhar, se conectar e se conhecer é importantíssimo pro processo, pois não é o “sintoma” externo que me dirá sobre a “fase” que estou e o que acontece comigo. Sou eu –  observando meu corpo, minhas emoções e a mim mesma, no mais profundo que conseguir, um pouquinho mais a cada tentativa.

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