Usamos e criamos nossas defesas para não lidar com nossa parte destrutiva. Mas não querer lidar não significa que ela deixe de existir. É uma parte nossa - parte da qual muitas vezes temos vergonha e medo de encarar.
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Boa parte desse medo vem da ideia de que sou totalmente a parte que descubro, ou que ela seja a maior parte de mim.
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Mas o ponto é que isso é uma ilusão. Sabe por quê?
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Porque eu sou muito mais do que meu lado ruim. Eu sou também a parte que observa, a que busca ajuda, a que quer crescer e mudar. Eu sou também todos os aspectos da minha criança, todas as experiências e vivências que eu já tive - e não apenas minha parte raivosa, ciumenta, controladora, preguiçosa, invejosa, agressiva (e todos os outros adjetivos negativos que tememos ver identificados conosco).
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Essa parte também faz parte de mim. Também quer ser vista e incluída. Também precisa de espaço.
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E pra hoje? Qual a sugestão?
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Você já sentiu compaixão em algum momento da sua vida? Sabe como é a sensação? Consegue resgatar a vivência e acordar em você esse sentimento?
Minha sugestão é que você busque essa memória - mesmo que fraca e pequena. Veja o que despertou em você esse sentimento e, principalmente, registre no seu corpo sua capacidade de sentir compaixão.
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Quando estiver preenchida de compaixão, olhe pra você e em seguida desenhe.
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Desenhe sua parte negativa ou como você imagina que ela seja.
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Desenhe também sua parte boa, maior e capaz de sentir compaixão.
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Conecte as duas partes e busque dentro de você a vontade de começar a colocar isso mais em prática.
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A ver sua parte destrutiva com compaixão, com amorosidade.
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A acolher essa parte. Sabendo que, no fundo no fundo, ela não é nada mais que uma qualidade distorcida. Uma dor não sentida. Um medo não visto e a reação da defesa.
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São aspectos humanos e, se vistos e cuidados, não precisam ser temidos e nem serem destrutivos. Porém, pra isso, é preciso querer ver, querer cuidar, querer acolher… Bora?
🦋 𝑨𝒍𝒆𝒔𝒔𝒂𝒏𝒅𝒓𝒂 𝑮𝒊𝒓𝒐𝒕𝒕𝒐 – Sou mãe, psicanalista e consteladora. Trabalho conjuntamente com várias terapias complementares e atualmente participo do Programa Pathwork® de Transformação Pessoal.
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